Tiramos o recesso da semana do natal para irmos visitar os nossos parentes em Campinas e, no ensejo, aproveitamos para dar mais uma esticada e passar em alguns lugares, que sempre quis conhecer. O nosso Objetivo final era Ilha Grande, mas fizemos algumas paradas antes disso (algumas bem rápidas).
Resolvemos separar dois dias da viagem para ficarmos em Paraty.
De Campinas a Paraty são cerca de 358 km, passando-se por vários lugares bem legais, mas prepare o bolso e separe um dinheirinho para os pedágios, perdi a conta por quantos passamos.
O nosso primeiro ponto de parada foi pra conhecer a Basílica de Nossa Senhora, em Aparecida do Norte. De lá, seguimos viagem até o Município de Cunha (Última parada dos tropeiros que percorriam a Estrada Real antes de chegar ao porto de Parati).
O município de Cunha é cercado de encanto, sendo um dos lugares que reserva a maior parte da Mata Atlântica no país, além de ser conhecido como "a cidade da cerâmica". Lá têm várias lojinhas com objetos de decoração, vale a pena dar uma passadinha.
Vista incrível do Município de Cunha |
A estrada que liga esses dois pontos do estado de São Paulo e do Rio de Janeiro é extremamente linda, contando com alguns trechos da velha "estrada real".
Após a nossa breve parada por Cunha, fomos direto a Paraty.
Paraty é uma cidade fantástica e apaixonante, que me remeteu a boas lembranças de Pirenópolis (cidadezinha linda aqui bem próxima a Brasília).
Considerada como Patrimônio Histórico Nacional, Paraty segue o estilo colonial, possuindo incontáveis encantos, tanto naturais quanto arquitetônicos.
Andarilhar por suas ruas, conhecendo suas lojinhas cheias de artesanatos, entrar nas cachaçarias e ver as manifestações culturais "de rua" é algo delicioso!
É fácil passar horas e horas, sem que percebamos. Além do mais, é difícil ter pressa nesse lugar. É praticamente como fazer uma viagem no tempo, em meio a história.
Suas ruas são calçadas com grandes pedras, chamadas carinhosamente de "pé-de-moleque", feitas pelos escravos à época (diquinha: use um sapato confortável).
Eu não abro mão do meu chinelinho de couro de jegue que comprei no Ceará |
O nascedouro da cidade remonta à 1967, e exercia a função de entreposto comercial e escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal (Daí o porquê do caminho do ouro).
A cidade foi toda construída em volta da Igreja da Nossa Senhora dos Remédios (que foi coroada a padroeira do lugar).
Igreja da Nossa Senhora dos Remédios |
Quando a maré está alta, a água do mar acaba invadindo um pouquinho as suas ruas, e isso já virou uma marca registrada em Paraty. Um prato cheio para os pintores e fotógrafos, tornando a paisagem ainda mais linda, pois é possível ver os reflexos dos casarões no chão de suas ruas.
Quando não é a água do mar, a chuva faz essa função |
Paraty tem uma forte influência religiosa, contando com quatro igrejinhas. Mas, na minha opinião, a Igreja de Santa Rita é a que mais se destaca. Lá é onde funciona o Museu de Arte Sacra de Paraty, possuindo peças e imagens bem antigas, algumas do Séc. XVII.
O mais legal é que o acervo constante no Museu foi todo encontrado na própria cidade.
Museu de Arte Sacra |
Igreja de Nossa Senhora das Dores |
- Onde comer:
Paraty tem excelente gama de opções, no quesito restaurantes, que vai de Frutos-do-mar à Comida Mexicana. Tudo irá depender do que você queira comer.
Bem avaliados no Tripadvisor estão: VOILÀ BISTROT; Restaurante Caminho do Ouro; Restaurante Banana da Terra; hamburgueria Van Gogh; Galeria do Engenho, dentre outros.
Fomos nesses dois últimos, na Galeria do Engenho pedimos uma caldeirada de frutos do mar, e estava bem gostosa!
Já o Van gogh encontramos ocasionalmente, nem tínhamos visto a excelente avaliação dele. Passeando pelas ruas de Paraty, encontramos uma portinha que dava acesso à hamburgueria, como tínhamos tido uma boa experiência em Jeri com hambúrgueres, resolvemos nos arriscar.
E a sensação foi de surpresa! O ambiente e o hambúrguer são magníficos, e no dia ainda tinha dois caras tocando muuuuito!!!
- PASSEIOS
Os atrativos de Paraty são muitos. Lá tem opções de passeios culturais, ecológicos e também pelo mar. Optamos por fazer um passeio de escuna.
Paraty é repleta de Ilhotas e praias (bem preservadas).
Cais - onde saem os passeios |
Os pontos de parada com a escuna são mais para mergulho, eles disponibilizam espaguetes e dão um tempinho de meia-hora em cada ponto, parando, apenas, em duas praias. As escunas contam com um bote de apoio para levar até a praia (para aqueles que não querem ir nadando).
Nada melhor que uma cachacinha de Paraty para aproveitar ainda mais o passeio |
Além das praias, há a opção de conhecer as cachoeiras da região, bem como os alambiques.
Primeira parada para mergulho: Lagoa Azul |
O horário de saída dos passeios costuma ser às 10h:30min. Com relação ao preço, pagamos R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa. O passeio dura praticamente o dia inteiro.
Ilha onde foram gravadas cenas do filme Amanhecer da Saga Crepúsculo |
Mais paradinha para mergulho |
areias levemente avermelhadas |
- Alambiques
- Cachaça Coqueiro
- Cachaça Corisco
- Cachaça Maria Izabel
- Cachaça Paratiana e Mulatinha
- Cachaça Pedra Branca
- Cachaça Maré Cheia
- Cachaça Engenho D’Ouro
Mesmo para quem não gosta de "aguardente" é interessante conhecer o processo de fabricação das cachaças que, em sua maioria, são bem artesanais.
Dá pra perceber a importância da cultura familiar no processo de produção, que acaba muitas vezes envolvendo toda a comunidade.
No último dia, passamos para conhecer o alambique da cachaça Maria Izabel, fomos muito bem atendidos pela filha da Dona Maria Izabel, mesmo sem marcar horário.
Conhecemos um pouquinho da produção e degustamos as cachaças que são ofertadas pelo alambique.
É uma experiência muito gostosa, ver como é feito com carinho cada produto.
Paga-se uma taxa de R$ 5,00 (cinco reais) por pessoa pela visita. Recomendo!
Voltamos com um bom estoque de cachaças 😍 |